A Bienal Sesc de Dança foi criada em 1998, na cidade de Santos, litoral do estado de São Paulo (Brasil), resultado de um extenso trabalho do Sesc São Paulo com a linguagem da dança – que data desde a década de 1970 –, a partir da introdução desta como parte das atividades físicas e de lazer.

A primeira edição da Bienal aconteceu entre 3 e 7 de setembro de 1998, e apresentou 21 trabalhos – todos nacionais. Na época, pesquisadores e artistas da dança foram consultados pela instituição para contribuir na construção de um festival de dança que pudesse suprir uma lacuna da existência de um espaço de encontros e trocas entre artistas de diferentes lugares e pesquisas. Somente a partir da segunda edição, realizada no ano 2000, a Bienal assume o caráter internacional que possui até os dias de hoje.

Em 2015, a Bienal Sesc de Dança passa a ser realizada na cidade de Campinas, interior de São Paulo. Essa mudança é motivada por diferentes fatores, sendo o principal deles a existência do Curso de Bacharelado em Dança na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), o segundo curso de dança mais antigo do Brasil – e o primeiro no estado de São Paulo – criado em 1985, por Marília de Andrade.

Ao longo de sua existência, a Bienal trabalhou com diferentes formatos. Algumas edições desenvolveram temas específicos, como “Corpo Social: Somos Co-autores?”, em 2000, e “A Co-Autoria Cultural”, em 2002, buscando estabelecer diálogos e conceitos que se comunicassem com o momento político-cultural do país. Em 2011, essa prática foi deixada de lado, ampliando, assim, a liberdade criativa e a diversidade de propostas apresentadas. Nesse mesmo ano, optou-se também por uma convocatória que possibilitasse que os artistas enviassem seus trabalhos para a avaliação do grupo de curadoria.

O festival é planejado por uma curadoria composta por profissionais que atuam na programação do Sesc São Paulo, além de contar com a contribuição de um curador ou curadora convidada – artista e/ou pesquisador em dança –, fortalecendo uma abordagem plural e contemporânea. Desde 2021, quando a edição do festival foi toda online devido à Pandemia de Covid-19, a programação é construída com base nas pesquisas das equipes de programação do Sesc São Paulo e da pessoa convidada para compor o grupo de curadoria, catalisando o trabalho regular em dança que o Sesc São Paulo realiza ao longo do ano.

A programação reflete a pluralidade de corpos e estéticas da dança, favorecendo o intercâmbio cultural entre artistas, programadores e outros agentes do setor. O festival inclui espetáculos, performances, intervenções, exibições e shows, além de ações formativas, como residências, cursos, oficinas, debates e rodas de conversa.

A Bienal Sesc de Dança propõe contextos diversos para que existam espaços de reflexão, encontro e celebração da dança e de suas comunidades, tendo a troca de experiências e saberes como eixo fundamental do festival – premissa que vem desde sua criação.